Bitcoin atinge mínima de três semanas após tarifas de Trump
O Bitcoin enfrenta um momento complicado, caindo para seu nível mais baixo em três semanas. Essa desvalorização acontece logo após uma ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas comerciais a diversos países.
Na manhã desta sexta-feira, durante as negociações na Ásia, a criptomoeda caiu para US$ 114.250 na Coinbase, um valor que não era visto desde 11 de junho. A maior moeda digital do mundo ultrapassou sua faixa lateral de preço, e o próximo suporte pode ser em torno de US$ 111.000. Essa queda de 2,6% a posiciona cerca de 6,5% abaixo de sua máxima histórica, registrada em US$ 122.800 no dia 14 de julho.
Essa movimentação negativa no mercado de criptoativos acompanha a tensão criada pelo prazo para a decisão das tarifas. Nos últimos 12 horas, US$ 110 bilhões deixaram os mercados spot de criptomoedas. Para se ter uma ideia da fragilidade do momento, cerca de 158.000 traders sofreram liquidações, totalizando US$ 630 milhões nas últimas 24 horas, principalmente de posições longas.
Essa queda no valor do Bitcoin se deu em uma semana que começou com otimismo, já que a Casa Branca tinha divulgado um relatório sobre políticas de criptomoedas que era considerado positivo para o setor.
Trump e suas tarifas comerciais
Na quinta-feira à noite, Trump formalizou um aumento nas tarifas comerciais que ele já vinha anunciando. Isso inclui um aumento significativo nas tarifas aplicadas ao Canadá, que subiram de 25% para 35%. A ordem também afeta outros países, como África do Sul, Suíça, Taiwan e Tailândia, que enfrentarão tarifas entre 19% e 39% já que não chegaram a acordos com os Estados Unidos.
Além disso, acordos foram firmados com parceiros comerciais importantes como União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido. Essa movimentação trouxe incerteza aos mercados, afetando tanto as bolsas de valores na Ásia quanto o mercado de cripto.
Acordo com a China: esperança de mudanças
“Com tantas incertezas sobre as tarifas, é natural que haja um movimento de realização de lucros após um período de alta”, comentou Henrik Andersson, diretor de investimentos da Apollo Capital. Segundo ele, um acordo com a China poderia mitigar a incerteza atual. Por outro lado, Nick Ruck, da LVRG Research, observou que a queda no mercado reflete uma combinação de medo em torno das tarifas e incertezas macroeconômicas, com os novos planos de Trump intensificando a volatilidade.
Embora as tarifas tenham contribuído para essa instabilidade, alguns investidores enxergam essa correção como algo temporário. Ruck acredita que a realização de lucros após as altas recordes, somada a tensões geopolíticas e incertezas econômicas, pode ter acelerado essa queda.
Resultados do Bitcoin em julho
Apesar da recente queda, o Bitcoin teve um mês de julho excepcional, registrando sua vela mensal mais alta de todos os tempos. Ele fechou o mês em US$ 115.784, um recorde histórico. Contudo, a maior variação mensal continua sendo a de novembro do ano passado, quando o ativo teve uma alta impressionante de US$ 26.000 em apenas um mês, logo após a eleição de Trump.